Representatividade, empoderamento, protagonismo, voz. Estes foram os eixos principais discutidos no processo formativo realizado na sexta-feira, 8 de dezembro, com o grupo de jovens das Comunidades de Milagres, Oiticica e adjacentes, que é beneficiado pelo Projeto Paulo Freire. O encontro faz parte das atividades do projeto “Picadeiro da Comunicação – Transformando vidas por meio da comunicação”, uma iniciativa da Cáritas Diocesana de Crateús (CDC), através do setor de comunicação. Na sexta-feira os e as jovens receberam a primeira oficina para refletir sobre a comunicação emancipadora e construir uma nova visão sobre o dia a dia no meio rural. Os e as jovens decidiram produzir vídeos curtos para mostrar a realidade nas comunidades e identificaram temas de interesse para cada peça produzida.

O coordenador do grupo de jovens, Kelson Oliveira de Freitas, acredita que a iniciativa é uma forma de integrar os e as jovens, além de valorizar a vida no meio rural.  “A comunicação como transformação social pode trazer uma reflexão sobre a vida no campo, que nosso lugar é aqui, valoriza a vida no campo, valoriza a juventude e o cotidiano das famílias, resgata nossas raízes, somos quem somos por nossas famílias, nossos pais, avós”, afirmou o coordenador do grupo de jovens.

Para a coordenadora do Projeto Paulo Freire (PF), Daniela da Silva Cavalcante, a proposta de trabalho do PF é mais que capacitar o público na parte produtiva, é empoderar e fortalecer as comunidades transformando-os em agentes políticos: “O Projeto Paulo Freire traz o empoderamento juvenil, principalmente na realidade que eles estão inseridos que é o meio rural, e como isso pode ser trabalho vivenciando as problemáticas que eles já tem, vivenciando também as coisas boas que as comunidades possuem e principalmente os anseios de cada um destes jovens e como eles podem contribuir para a mudança social”.

A coordenadora ainda afirmou que a proposta da CDC, por meio do setor de comunição, é levar para os e as jovens uma porta para que possam mostrar para o mundo que o campo não é só produção, pobreza, que também  tem realidades e que elas possam ser transformadas em possibilidades. “Que com o projeto de comunicação, as informações possam, de fato, chegar a quem deva chegar, seja como uma forma de reivindicação, apresentação, demonstração. Mas que os e as jovens se sintam protagonistas da ação, representados, que a comunicação seja a transformação na realidade e na visão dos e das jovens”.

O estagiário da Cáritas Diocesana de Crateús, Emanuel Oliveira Gomes participou da oficina e disse que a experiência foi ótima e que nunca tinha visto a comunicação como transformação social: “Achei interessante, é algo novo para mim, e vejo que é uma forma de inserir o jovem no cotidiano da comunidade, incentivar o jovem a ficar na sua comunidade, e não querer ir embora por não ver oportunidade lá. É uma maneira de mostrar que há possibilidades dentro da comunidade. Ótima maneira de visualizar a experiências do campo”, apontou.

Este foi o primeiro encontro realizado com os e as jovens para discutir coletivamente a comunicação e as possibilidades de transformação. O projeto prevê um encontro por mês. O Projeto Paulo Freire é executado pela Cáritas Diocesana de Crateús e tem financiamento do Governo do Estado do Ceará e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Picadeiro da Comunicação – Transformando vidas por meio da comunicação

A forma como as pessoas são retratadas nos meios de comunicação, na nossa cultura, no nosso dia a dia influencia como vemos o mundo e, não é só isso, também tem um grande potencial de promover mudanças na sociedade. As pessoas e comunidades não têm voz e o que se vê é uma comunicação voltada para realidades que não são as nossas. Refletindo sobre a representatividade, o empoderamento e a comunicação, a Cáritas Diocesana de Crateús (CDC), através do setor de comunicação, criou o projeto “Picadeiro da Comunicação – Transformando vidas por meio da comunicação”.  O objetivo de “Picadeiro da Comunicação” é transformar a realidade das pessoas e das comunidades construindo coletivamente um processo de conscientização, empoderamento e de apropriação dos meios de comunicação. Uma comunicação participativa feita pelas comunidades e para elas.

Por: Anita Dias

Fotos: Daniela da Silva Cavalcante