
A luta dos assentamentos em Crateús não termina. Na sede da Frente Social Cristã no centro do município, depois da segunda audiência pública pela moradia, as representações dos assentamentos Carlos Leite e São José voltaram a se reunir para avaliar os resultados da audiência pública realizada no último dia 20 de abril.
E o que aconteceu aquela manhã de sexta-feira? Moradores e representantes dos quatro assentamentos presentes em Crateús dialogaram com deputados do governo estadual e autoridades locais, mediados pelo promotor Zé Artero que nunca parou de dar voz ao povo. O prefeito não se apresentou, mas enviou um representante da controladoria do município Davi Bezerra.
Se a primeira audiência, realizada em fevereiro deixou sem certeza alguma, desta vez a história se repetiu para alguns assentamentos: São José e Carlos Leite, situados em terrenos municipais, continuam sem avanços. Já a situação do acampamento Nossa Senhora de Fátima é diferente. O representante da Secretaria da Casa Civil do Governo Estadual, Nelson Martinez, afirmou a autorização dos recursos para comprar os terrenos para as famílias acampadas no Nossa Senhora de Fátima.

A Cáritas Diocesana de Crateús esteve presente para acompanhar mais uma vez os processos de negociação e garantir o direito a uma moradia digna. “O recurso da audiência pública é de vital importância porque conseguimos colocar todos os atores no mesmo espaço, para que todas e todos tenham a oportunidade de se expressar. Foi mais um passo na luta com alguns encaminhamentos, mas ainda tem que dar outros espaços para conquistar mais direitos”, afirmou a representante da CDC, Irmã Cristiane.
A Audiência Pública
Foram quatro horas intensas de resultados e indignação na mesma sala do Crea, que já está reservada para a próxima audiência o dia 14 de maio. No próximo encontro será discutida outra vez a questão da moradia em Crateús e como diversas famílias estão vivendo em situação de vulnerabilidade. Se espera que desta vez o Prefeito compareça e dialogue com a população.

“A maioria das pessoas acha que foi um impasse imperdoável e tememos que o prefeito não compareça a próxima reunião do dia 14 de maio. Será uma data crucial para a luta porque esta vez, se ficar sem respostas, o povo vai construir as casas”, contou Estevânia Ferreira da Cáritas e Frente Social Cristã.
Enquanto os políticos da cidade de Crateús parecem sumir no meio de manifestações e greves que estão reivindicando outros direitos, os assentamentos continuam na luta, organizando almoços coletivos, mutirão de limpeza e reuniões.
Comunicação CDC