
Semana passada, 415 pessoas em situação de vulnerabilidade social foram contempladas com 133 cestas básicas através da campanha “Cestas básicas contra a Covid-19 e contra a fome” (em italiano “Pacchi Alimentari contro il Covid e la fame”), realizada pela fundação Specchio d’Italia, em parceria com a Cáritas Diocesana de Crateús, com grande incentivo de Marta Vesarci, Marco Ciot e Viviana Pittalis, italianos que atuaram na Cáritas nos anos de 2016 e 2017. A ação beneficiou oito municípios dos territórios Inhamuns e Crateús, Aiuaba, Arneiroz, Crateús, Ipaporanga, Novo Oriente, Parambu, Quiterianópolis e Tauá. Foram priorizadas famílias com mães solteiras, e as pertencentes a comunidades tradicionais.
A arrecadação de recursos foi feita na Itália de maneira tanto online quanto offline, encontrando doadores privados, que decidiram apoiar a campanha após ficarem sensibilizados com a emergência sanitária e econômica que as famílias brasileiras estão vivenciando. As cestas contém alimentos como arroz, feijão, óleo de soja, café, macarrão, sardinhas, produtos de limpeza pessoal, entre outros itens.
VOLUNTARIOS ITALIANOS
Nos últimos cinco anos, a Cáritas de Crateús acolheu jovens da Itália que vêm participar das ações da Cáritas junto às comunidades, tanto através do serviço civil italiano, via da CISV, ou como voluntários e voluntárias. Um compromisso que para esses jovens estrangeiro vai além do tempo de serviço. E nestes últimos meses de pandemia, os gritos da fome e da depressão chegaram ao conhecimento de alguns deles deles, a exemplo de Marta Vesarci, que atualmente mora na Itália e trabalhando como projetista na fundação Specchio d’Italia, mas jamais perdeu os contatos com as amigas, os amigos e as famílias com quem ela firmou fortes laços.
“Crateús foi minha casa por dois anos, me proporcionando uma experiência inesquecível. Lembro das mulheres agricultoras e pescadoras. Nunca vou esquecer do difícil contexto social que algumas vivenciam dentro da própria casa, e imagino que hoje em dia, com essa pandemia, o bem estar delas piorou.” explica Marta. Sentimento que foi compartilhado com Marco Ciot e Viviana Pittalis, compatriotas que ela conheceu durante sua estadia no Brasil.
“Pensamos que seria uma boa ideia conversar com meus chefes da Fundação para ver se dava para fazer alguma coisa, pois é uma instituição já conhecida e estável na Itália. Disse para os coordenadores que qualquer ajuda, qualquer soma de dinheiro pode fazer a diferença e pode ajudar as famílias mais vulneráveis dos Sertões.”, relata.
E foi assim que nasceu a campanha, que arrecadou mais de 3 mil euros, cerca de R$ 18 mil na cotação atual. A arrecadação de fundos ainda não fechou, porém os primeiros recursos já foram enviados e entregues para enfrentar as situações mais críticas.