
Inspirados pela luta contra as ameaças das mineradoras no município de Ipaporanga e em toda a região do sertão do Inhamus, cerca de 400 pessoas estiveram reunidas no dia 11 de Novembro, na Assembleia Popular da Mineração, realizada na comunidade Lagoa do Barro, em Ipaporanga para discutir e refletir sobre as ameaças de terem seus territórios ameaçados e invadidos pelas mineradoras.
A assembleia foi marcada por vários debates e manifestações culturais, pela partilha do saber popular, pelas inúmeras experiências de resistência das várias comunidades e municípios e pela necessidade de fortalecer a luta em função do bem viver, especialmente a batalha travada entre o povo organizado e a ameaça de instalação de uma mineradora de ferro em Ipaporanga.
Participaram moradoras/es das comunidades Lagoa do Barro, Estreito, Mundo Novo, Pau D’árco, Lembrada, Lagoa do Peixe, Bom jardim, Mulungu, Água Branca, Sitio Araras, Ribeiro, Torrões e sede do município, além de representantes de Veremos, município de Ararendá e das seguintes entidades: CPT, MST, MAM, Secretarias Municipais, escolas, Condema, Frente Social cristã, Cáritas de Crateús, STTRs de Ipaporanga e Crateus, IBV e igrejas, associações comunitárias, Câmara dos Vereadores e o prefeito Toinho Contábil.

UMA LUTA INCANÇÁVEL
“O que nos faz resistir a cada dia é tudo o que temos aqui, a serra os olhos dágua, somos homens e mulheres na perspectiva de que dias melhores virão sem a necessidade desse desenvolvimento destruidor”, ponderou Erionauda Lopes, representando do MDV. Já o prefeito, Toinho Contábil, disse que é sensível à causa popular, e após tomar conhecimento das mazelas causadas pela mineração já tomou algumas providências legais, como aprovação de projeto de lei que proíbe a instalação de qualquer mineradora no território de Ipaporanga.
ÍCaro Morais, um adolescente de 13 anos, chamou a atenção de todos para as falsas promessas da mineração. Segundo ele, a exemplo Nauru, uma ilha que viveu o auge do desenvolvimento, com a exploração de minério e hoje depende de ajuda internacional depois que as mineradoras deixaram só os buracos e a terra improdutiva, o povo de Ipaporanga precisa olhar as riquezas que possui e como elas podem gerar qualidade de vida de forma infinita se os bens naturais forem bem cuidados.
Com infomações de Livia Teixeira, militante do MAM.